Um dia acordei e dei por mim em 2333! Sim, estava mesmo em
2333. Parecia algo irreal, inacreditável…Como é que o tempo tinha passado tão
rápido? Como é que dormira durante tantos anos? Foram mais de tês séculos sem dar
pelo tempo passar, sem me aperceber de como a vida e o mundo iam evoluindo.
Tudo era confuso na minha cabeça. Onde estava a minha
família e os meus amigos? A resposta era que simplesmente não estavam. Estava
sozinho nesta nova realidade, neste novo mundo, Quando saí para a rua
apercebi-me como tudo mudara: a minha rua já não era a mesma, as pessoas também
não, o vestuário da população tinha-se modificado. As pessoas trocavam de roupa
instantaneamente através de uma aplicação (não sei sequer se este é o termo correto) nos seus telemóveis .
Estava imenso calor em pleno Novembro, sendo as gerações do
meu tempo as responsáveis pelas alteações climáticas. As ruas estavam cheias de
robôs. Tudo era executado pelos mesmos, não só trabalhos industriais como muitas
outras tarefas, por exemplo muitos indivíduos tinham um ou mais robôs como
empregadas domésticas. Os jovens já não iam para a escola, tendo aulas em casa
através dos seus computadores ou outras tecnologias que, para mim, era
bastantes estranhas. A densidade populacional era muito elevada nas cidades
contrariamente aos meios rurais e era notoriamente mais velha. No entanto, o
trânsito era mais limpo e silencioso devido às substituições de carros a
gasolina por carros movidos a energia solar, aproveitando-se o intenso calor
que durante o ano se sentia em Portugal, uma vez que este se tinha tornado num
país tropical. E claro, os automóveis eram conduzidos automaticamente. Tudo era
muito mais interativo e tecnológico comparativamente ao século XXI. Podia ter
tudo para me sentir bem naquele novo mundo, contudo não tinha quem me era mais
próximo, sentindo a falta disso mesmo.
Continuava a observar esta nova realidade, quando de
repente: “Acorda, filho! Já são horas de te levantares!”. Neste momento
apercebi-me que tudo não passara de um sonho quase perfeito, mas faltava-me algo
que nesta minha realidade tenho: as pessoas de quem gosto e sem as quais não
poderia viver!
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